sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O Império quer um imposto global.

Nos últimos anos com o desemprego crescente na Europa e nos Estados unidos, o declínio do consumo dos países ricos, somados aos protestos e manifestações populares por todo mundo antigo, em especial na Europa e oriente médio, mais a nova escalada armamentista, geraram uma perspectiva ao mesmo tempo nova e terrível para milhões de seres humanos. A atual crise econômica é a terceira de uma série de três recessões profundas sofridas pelo capitalismo. A primeira de 1873 a 1896, teve como conseqüência um acirramento do imperialismo Europeu, que foi usado como solução às fortes contradições econômicas do período empurrando a Europa para a primeira grande guerra.
A segunda crise, de 1929 à 1939, acabou por levar à ascensão o nazifacismo europeu, como resposta às revoluções comunistas do período. Teve como conseqüência a Segunda Grande Guerra. Evidentemente nos perguntamos quais seriam as conseqüências da crise atual , já que para uma economia como a de nosso país, crises como essas produzem certas oportunidades para desenvolvimento e transformação, mesmo que a longo prazo a guerra se vislumbre no horizonte.
Muitas foram as estratégias da burguesia financeira para controlar as conseqüências políticas da crise econômica. Nos primeiros meses da crise a mídia capitalista a todo custo queria desvincular a crise de suas raízes produtivas enfocando-a como uma crise financeira apenas, como mais uma crise de “ativos” atrelada apenas a virtualidade das bolsas de valores. A solução de início era clara bastava criar novos ativos sob a forma de impostos sob carbono. Alardeava -se aos quatro ventos a questão do “aquecimento global” entretanto depois da conferencia do “clima” em Copenhagen em 2009 o discurso mudou, veremos porque.
Uma das estratégias foi destacar nas manchetes do período o “aquecimento global”, enquanto isso os governos dos países desenvolvidos financiavam encontros para discutir e aprovar os chamados “impostos sob a emissão de carbono”, mas essa estratégia não era gratuita como veremos mais a frente. Por um tempo, este bode expiatório midiático deu certo até ficar claro, com a revelação feita por hakers de uma troca de e-mails de mais de 13 anos entre os cientistas responsáveis pelo IPCC, que na última década esses mesmos cientistas tinham sido financiados pelo governo inglês e pela ONU para empurrar para cima a média dos registros da temperatura do período, retocando o aquecimento global.


O plano consistia na seguinte estratégia: os EUA e Inglaterra seriam os financiadores majoritários do primeiro imposto mundial, portanto credores do novo sistema financeiro baseado no imposto sobre o carbono, financiando assim a saída de suas economias da crise, e criando as bases para um estado global, logo um governo mundial.

A gota d’água porém foi o vazamento, antes do fim encontro, na conferência de Copenhagen, em fins de 2009, do acordo pronto feito entre EUA e Inglaterra, que somado aos protestos e combates de rua de militantes anticapitalistas de toda Europa nas proximidades Copenhagen, antecipou o grande protesto interno: a saída indignada dos países africanos, seguido dos protestos do Brasil, Índia e China. O encontro de Copenhagen acabou sem acordo. O evidente encobrimento da crise com o discurso ambiental, seguido de um aumento de impostos caiu por terra. Desde então a ideologia ambiental capitalista teve que mudar rapidamente sua forma, dada a queda da tese do “aquecimento global” e da idéia de “crise financeira”. Hoje o termo mudança climática, ou crise ambiental, passou a ser muito mais usado pela mídia, pois é mais adequado para esconder a disputa que os estados desenvolvidos e suas empresas realizam sobre os recursos humanos, as populações e seus biomas, em especial a guerra por petróleo. Entretanto mesmo que essa diferenciação de bioma e recursos humanos seja apenas um recurso didático, já é evidente que a maior riqueza do planeta terra é sua população com sua força de trabalho.


Logo a estratégia para criação de imposto sobre o carbono tinha como argumento a idéia de que a crise econômica seria uma crise “financeira” de “ativos”, como se fosse algo ligado apenas à “virtualidade” dos painéis da bolsa. Os EUA com o apoio da Inglaterra e Europa, criariam “novos ativos” sob a forma do “imposto carbono” sobre os países mais pobres para “salvar o planeta”, estabelecendo limites para industrialização dos países pobres, impedindo esses estados em industrialização de sobrecarregarem a produção capitalista com os seus produtos produzidos por máquinas movidas à derivado de petróleo e carvão. Com isso ela tornaria os países mais dependentes de sua nova “economia verde”. Pelo acordo, os EUA se eximiriam de reduzir seu CO2 em troca do financiamento do fundo.
Ficou a cargo de toda mídia global propagandear o processo como um benefício, um avanço em direção a uma “economia ambientalmente sustentável”, escondendo as razões reais, que eram: passar a conta da crise para os países pobres, além de prescrever mais de 100 impostos criados contra as populações de todos os países do mundo, impostos sobre pessoa física que funcionariam como meio de controle sobre as classes sociais mais pobres pelas elites de cada país do globo. A África, os BRICs e a população trabalhadora dos países desenvolvidos é que deveriam pagar pela recessão. A grande ironia era que a desculpa para os impostos era “salvar a natureza e o meio ambiente”.


Entretanto essa luta a humanidade venceu, mesmo com meios de comunicação hegemônicos mascarando cinicamente o que ocorria no encontro e que o estopim dessa crise foi uma lógica inerente à economia capitalista de superprodução, que se efetivou com a valoração desmesurada no setor imobiliário da economia norte americana, a maior economia do planeta, isto somado a má gestão dos recursos financeiros dos EUA, que além de ser a única superpotência foi o grande modelo econômico do mundo atual.
Acabado o encontro, salva a economia dos países pobres, a contradição continuou, pois devemos lembrar que a importância dos EUA não é apenas econômica. Já era consenso entre economistas que as economias dependentes diretamente dos EUA seguiriam o mesmo curso. Entretanto a mídia, durante todo o ano de 2009 difundiu aos quatro ventos que o pacote de trilhões de dólares e euros teria sido suficiente para conter a crise e salvar as economias. Passado pouco mais um ano do início da crise, em 2010 foi a vez da economia Européia de entrar na recessão.

Mais uma vez os fatos desmascararam a ideologia que tentava através de seu discurso converter a crise do setor produtivo em uma crise momentânea do capital, que criava uma imagem estática do mundo em que o capitalismo se eterniza. Vimos como os fatos forçam e fazem saltar as contradições dessas imagens sedutoras de uma economia regulável, mas para tanto devemos reconhecer outras razões além das econômicas.

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