terça-feira, 26 de novembro de 2013

O caso “Big brother-EUA”: mistérios de uma ditadura não mais secreta.

Julian Assange, sargento Bradley, Edward Snowden, são hoje personagens importantíssimos no que podemos chamar de caso “Big Brother-EUA”. No âmbito da politica internacional, a saber a relação entre “poder e informação”, ficou claro que nos últimos anos com o advento do primeiro escândalo de espionagem pós guerra fria, com consequências ainda imprevisíveis, que o controle da mídia e da internet depende do controle político da democracia, e que nesse exato momento, devido a liberdade de expressão ainda existente nos EUA, sabemos que a posição de poder e o avanço dos meios de comunicação levam um estado à vigiar seus cidadãos, se estes, os cidadãos assim o deixarem. E que esse mesmo controle sobre os cidadãos se estende para países aliados quando estes não possuem um serviço de inteligencia forte. Deste modo o controle, a vigilância, a espionagem, a segurança de estado, podem gerar uma infraestrutura para uma tirania futura, inéditas até hoje e piores que os totalitarismos do seculo XX. Ver o ato patriótico do governo Bush se estendendo, no governo Obama à todo planeta em nome da guerra contra o terror causou criticas até da fiel aliada dos Estados Unidos na Europa a Alemanha. Toda essa cultura de vigilância eletrônica, do uso oportunista do discurso de combate ao “terror”, assim como a proliferação da criminalidade urbana, cria as bases para o desenvolvimento de tecnologias de espionagem que têm como pretensão fazer da terra, do planeta, do social, um mapa 1:1, destruindo assim qualquer possibilidade de liberdade, de privacidade. Podemos até imaginar um cenário de uma distopia, um roteiro de ficção cientifica, bastaria criar a hipótese que, se o governo americano tivessem drones com sensores cognitivos ligados a computadores quânticos nem nossos pensamentos e sonhos estariam seguros, tal como a ficção cientifica “Minority Report” dirigida por Steven Spilberg mostra de maneira ainda romantizada e utópica a distopia presente em todo desenvolvimento tecnológico digital. O que Snowden, Assange, e Bradley demonstraram é que no centro do capitalismo mundial surge uma cultura política panoptica, que dissolve o político em favor do policial, para usar os termos da filosofia de Michel Foucalt, uma cultura política absolutamente repressora, em flagrante concorrência com a democracia. Os Estados Unidos em conjunto com a Inglaterra espionam países europeus de maneira sistemática para criar vantagens política e econômicas e talvez até militares. Em relação a América Latina; Brasil, Venezuela, e México são os principais alvos da NSA, agencia de inteligência norte americana. Entretanto não deveríamos estar alarmados, a espionagem entre países é tão comum ao longo da história que o que importa é ver quais são as singularidades desse evento, que é a extensão da espionagem para toda a população de um país e não apenas como era feito no passado onde a espionagem se concentrava apenas nas autoridades e nas questões da segurança de estado, isto é, no desenvolvimento cientifico, industrial e militar. O fato do face book, yahoo e a goole, estarem ligados a NSA e à Cia é que é a chave dessa nova questão. Todas as manifestações que estão ocorrendo no mundo desde o inicio da crise econômica foram organizadas usando como meios especialmente o face book, e o google, que gravam todas as mensagens e endereços de navegação, qual seria o objetivo disso? Podemos deduzir que o objetivo inicial é vender para os estados informações precisas de seus cidadães no momento da contra-revolução, isto é, durante a implementação da politica de austeridade, e de repressão aos protestos mundiais. Hoje já sabemos que foi a IBM que rastreou e "cadastrou" as famílias judias na Europa a serviço do estado nazista já na década de trinta. O documentário norte americano "The corporation" mostra em detalhes a colaboração direta da IBM no extermínio de milhões de judeus, pois seus serviços não se limitaram ao rastreamento e cadastramento das famílias a serem executadas, mas também realizaram a contabilidade dos mortos, o assunto é assustador. Na França o Le Monde noticiou, também com base em documentos da NSA cedidos por Snowden, que a espionagem maciça das comunicações telefônicas na França, em apenas 30 dias, entre o final de 2012 e o começo de 2013, levou à interceptação de 70,3 milhões de comunicações. Infelizmente a sociedade civil não dá a atenção devida a essa nova fase da espionagem e uma das causas é que em meio a um turbilhão de fatos, certas operações estratégicas do Império passam como se fosse apenas um "momento", uma noticia do momento e não uma politica econômica sistemática de domíneo da psicologia humana. Em um texto intitulado “Manifesto pro liberdade”, o ex-agente da CIA declara que os documentos por ele tornados público ajudarão a salvar milhões de pessoas da vigilância e da interferência na vida privada. Segundo ele, o escândalo por ele provocado, será útil para a sociedade.“A existência das técnicas de espionagem não deve predeterminar nossa política. Nosso dever moral consiste em procurar que nossos valores e leis limitem os programas de espreita e defendam os direitos humanos”, diz-se no manifesto. Apenas uma visão de totalidade poderia revelar a radicalidade da questão, os governos se movem, o povo se esquece. Não foi atoa que pela primeira vez na história um líder do Brasil, no caso nossa presidente Dilma Roussef mostrou sua indignação realizando na ONU duras criticas à atuação do governo americano. Se pudéssemos olhar agora para o passado para identificar acontecimentos semelhantes ficaríamos confusos com a miríade de acontecimentos que se sobrepõem ao nosso novo velho mundo. Desde 2008 há uma aceleração dos processos históricos, uma série de cadeias de eventos dispares saltam aos olhos nos projetando no futuro, através de um passado, como diria Walter Benjamin, saturado de agoras, que se desenrola como um relâmpago ante nossos olhos. A crise econômica é o epicentro, a crise ecológica o destino, o meio as são novas tecnologia de controle social. A revolução que se segue no mundo antigo; manifestações na Europa e a primavera árabe, acirram os conflitos ante a manipulação da mídia e a intervenção norte americana, em especial no oriente médio. A Primavera árabe e na sequência suas guerras civis se conjugam com os protestos de rua da Europa. Na Asia uma aliança anti-ocidente informalmente se forma, entretanto de maneira intermitente as agitações sociais da Europa e oriente médio avançam sob a roupagem das demandas locais. Na América Latina e na Africa o crescimento econômico entra em contradição com conflitos por terra, étnicos e por direitos, e uma modernidade ainda presa aos paradigmas do seculo XX tenta se posicionar a margem do sistema capitalista, que favoreceu estes países inicialmente com a crise econômica. China, Rússia e EUA concentram o poder politico militar em torno de diferenças econômicas ainda profundas, tanto entre os países, como entre suas classes sociais. Sem diluir o problema em partes é impossível reconstituir o tempo de agora a que Walter Benjamin se referia. Hoje temos uma crise econômica semelhante à crise de 1929, temos uma primavera dos povos semelhante à de 1848, só que esta não é só europeia, se originou na Asia em conjunto com as manifestações contra a "austeridade econômica" na Europa, e se espalha lentamente por todo mundo, e finalmente, para dar uma pitadinha a mais na química, vemos hoje a pressão dos Estados Unidos no oriente médio, em busca de poder e petróleo, que faz renascer o perigoso uso oportunista das religiões, além de apontar para uma terceira guerra mundial já que o Irã é o epicentro máximo de equilíbrio do poder geopolítico, pois se posiciona no centro do globo e das civilizações, estando no centro da Euroásia, sendo o último empecilho sério para que os EUA controlem hoje o “oriente-médio”, e não é atoa que nesse país a internet, google, gmail e face book estejam constantemente sendo bloqueados. Estamos próximos do Armagedom? Agora ouvimos o trovão do relampejar histórico que trás uma nova tempestade.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Boi de Piranha: Mídia e poder no Brasil.

Big brother I

Boi de Piranha: Mídia e poder no Brasil.

O termo big brother criado por George Orwell designava, em seu livro 1984, o uso indiscriminado de câmeras e televisores apara controlar e vigiar os cidadãos, hoje esse termo pode ser usado de duas formas, a primeira forma que vamos chamar de big brother I, funda-se na vigilância eletrônica e no controle de informações sobre o indivíduo, é o seu sentido clássico e é usada em especial por empresas de segurança, pelo poder público e por empresas como a google o face book. A segunda forma, que deriva da primeira é o uso da propaganda, da publicidade, dos meios de mídia, para enfocar um determinado assunto, desviando a atenção da opinião pública do problema econômico-politico para um problema moral por assim dizer, serve como uma forma de moralizar a consciência do público despolitizando-a.

Sabemos que no poder não há inocentes e que a justiça precisa realizar seu trabalho para combater desvios e vícios do poder. Mas o julgamento do “mensalão” por vezes lembrou os antigos expurgos stalinistas que se utilizaram de uma publicidade imensa para criar no povo uma sensação de justiça, forjando uma situação para desviar a atenção dos problemas sociais e econômicos.

A condenação dos acusados pelo mensalão se deu em um período crítico em que toda as lideranças de esquerda da América Latina passavam. O presidente Fernando Lugo do Paraguai a pouco havia sido deposto, Hugo Chávez entrava na fase final de sua doença, aqui no Brasil a condenação dos acusados por “propina” receberam variadas penas que foram recebidas com ovação pela mídia hegemônica, passando a impressão para os leigos, de que a justiça teria sido feita. A grande questão que levantamos é; porque a mídia enfocou tanto este caso? O fato do supremo tribunal federal ter julgado o caso do mensalão segundo as regras da Constituição não deveria causar espanto em ninguém, entretanto porque a mídia tentou sugerir que o caso do “mensalão” teria sido o maior caso de corrupção da história do país?

Para compreendermos esse “mistério” da superexposição do processo do mensalão via mídia hegemônica basta olharmos a breve história de nossa democracia para ver que inúmeros processos de corrupção se arrastam na justiça e não têm o mesmo enfoque, como o caso “Sudam” por exemplo. Caso envolvendo ex-senadores como Luís Estevão e Jader Barbalho, ou o caso de vendas de decisões judiciais feita por juízes federais desmontada pela operação Anaconda da polícia federal. A própria era de privatizações tucanas passou ilesa pela justiça, e hoje pouco se lembra do mensalão da era Fernando Henrique, que comprou votos para aprovar a reeleição.

Podemos notar claramente que o objetivo da mídia era atacar o governo e apagar a era Lula da memória dos brasileiros associando seu governo à corrupção, justamente em um período em que toda a esquerda latina americana sofria com uma onda de eventos hostis que iam de câncer à processos parlamentares. Fica evidente, se debruçarmos sobre a questão da corrupção no país, que o julgamento do mensalão funcionou como uma espécie de “boi de piranha”, para que a manada de corruptos passa-se, e nela se incluem não apenas parlamentares, mas também empresários, juízes e latifundiários, lobistas e etc. Foi preciso sacrificar os “inimigos” da velha oligarquia se utilizando de meios legais e de uma retórica moral, mas com isso não tiramos o mérito da questão do julgamento nem temos os réus como inocentes, mas sempre devemos desconfiar dos consensos criados pela mídia hegemônica.

Hoje vemos que essa estratégia não é de uso exclusivo deste ou daquele grupo, mas uma conjugação de forças, isto é, ela surge de uma aliança entre um interesse político e o chamado quarto poder. A eleição de do deputado Feliciano para a presidência da comissão de direitos humanos a primeira vista pareceu um grande equivoco por parte do governo, mas quando vemos o escândalo que ela causou na opinião publica e na exposição que a mídia deu, notamos mais uma vez , que a indicação serviu como “boi de piranha” para outras nomeações mais escandalosas e perigosas como e eleição Blairo Maggi, representante da bancada ruralista para a comissão do meio ambiente. A principal função do Big Brother II é eleger e divulgar a questão que é mais relevante para os interesses daqueles a quem ela representa, no caso, a nossa antiga oligarquia serva do imperialismo americano.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

O desvio da regra: diferenciação e inovação.

  A representação social, hegemônica e latente da mentalidade média nos dia de hoje, conjuga materialismo vulgar à um determinismo idealista de diversos matizes, que vão das mais irracionais e mistificadoras concepções, às mais refinadas teorias jurídicas e econômicas. Entretanto não vamos trabalhar aqui a especificidade de cada uma dessas representações, mas veremos um resumo do seu censo comum do seu ponto de convergência.

  O pensamento determinista sugere que todas as pessoas seriam determinadas pela sua condição econômica, e quando beiram o absurdo idealista, que seriam determinadas por suas idéias e valores. O que temos de fato é uma síntese entre os dois pólos. Em relação ao argumento de ordem econômica, sua falha consiste que sua ideologia se baseia em uma pretensão de enquadrar as classes sociais, com seus indivíduos, dentro de suas respectivas funções sociais. Entretanto elas não podem explicar o desvio, isto é, o fato de alguns sujeitos se orientar mais pelas suas convicções morais e políticas do que pela sua condição econômica, por exemplo as determinações econômicas de uma classe social oprimida não explica as formas variadas de resistência e a constituição de representação dispares. Em um mesmo bairro de periferia, mesmo inseridos no ciclo de trabalho e consumo, sendo facetas do mercado e da economia, alguns trabalhadores evangélicos não orientam sua crença para mercado, sendo críticos à teologia da prosperidade, outros formam o sindicalismo de luta, cada vez mais raro em dias de crescimento econômico. Outros optam pelo banditismo, outros pela arte critica como o rap, hip hop, outros se dedicam aos estudos e ao serviço público, outros viram pequenos comerciantes, outros deixam suas classes sociais para ascender, outros mergulham na miséria e na loucura. Essa escolhas são produtos de suas trajetória individuais e sobre-determinam as determinações econômicas que é o trabalho assalariado para o mercado.

  Quando essa reação parcial de negação de uma vida voltada para o mercado de trabalho é sistemática vê-se formar um ethos insubmisso ou revolucionário. O comerciante local não quer a concorrência do grande capital, nem ter que pagar imposto, o cantor de Rap que compõe músicas de cunho critico político, o sindicalista faz propaganda política, o anarquista que faz propaganda da sua doutrina revolucionária e etc. As diversas rebeliões dos bairros de periferia demonstram isso no Brasil e no mundo. Basta comparar a resistência por exemplo da população da favela Sonho Real com Canudos e ver que apesar das derrotas dessas rebeliões, suas memórias alimentam um imaginário insubmisso, criativo e inovador, embora esse imaginário seja restrito à alguns grupos de inteligência orgânica não à população em geral.                            
 
A desocupação da favela Sonho Real em 2005, passou desapercebido do público geral, mas gerou além de músicas, o rapper GOG dedicou uma música a ela, um documentário, indignação e revolta em indivíduos de diversas classes sociais, alimentando a chama da insatisfação e sede por justiça, além de é claro somar a experiência de luta ajudando a inovar táticas de resistência e respostas políticas. Vemos isso na divulgação hoje, na recepção e na solidariedade que os movimentos de sem teto têm de grandes setores da sociedade, muito maiores que no período da frágil resistência da favela Sonho Real, resistência essa que quase passou anônima. Já a desocupação da favela Pinheirinho, alguns anos depois, por exemplo, repercutiu nacionalmente, e não foi  somente a economia do face book que difundiu a informação, antes foi uma geração de cidadãos críticos, muitos inclusive que acompanharam as parcas notícias da mídia e que assistiram aos documentários produzidos pelo centro de mídia independente à época da desocupação da favela Sonho Real ou que tiveram contato desse fato através das canções populares de GOG, cantor de rap. Vejamos outro exemplo.
 
  A resistência do povo de Canudos gerou uma das maiores obras da literatura brasileira além de popularizar o nome “favela” para os bairros pobres. Hoje Canudos se multiplicou por mil. E a cada década novas formas de resistência se somam as antigas. A desocupação da favela pinheirinho foi apoiada por manifestações em todo Brasil e depois seguiu-se um debate intenso com setores esclarecidos da sociedade, e não passou no semi- anonimato como a desocupação da favela Sonho Real cerca de 7 anos antes.

  O grande poeta e dramaturgo Bertold Brecht demonstrou com o próprio exemplo da sua vida que as determinações econômicas são um ponto de partida e, se determinam o individuo, o fazem de maneira negativa. Quando jovem Brecht abandonou a fábrica de seu pai e sua herança para lutar com o povo e mais tarde quando o delírio nazi-facista dominou a Alemanha, parecendo ser irresistível, mas uma vez ele negou o sistema e compôs;

 “Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de habito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer impossível de mudar.”

 Durante a década de 30 na Alemanha muitos poderiam justificar o “porquê” da adesão da maior parte da população ao nazismo como uma resposta aos fatores econômicos, somados recessão profunda, mais a humilhação do pós guerra.

  Embora esse pensamento não mostre que durante os 10 anos anteriores à era nazista, houve uma acirrada disputa pela consciência do povo entre comunistas e nazistas, o apoio da burguesia aos nazistas e a liderança carismática de Hitler foi o que deu a vitória em 1933 aos nazistas. O povo alemão escolheu Hitler por livre vontade, poderiam ter escolhido os comunistas, mas a falta de “agressividade”comunista (suas divisões e alianças com a social -democracia) vez os alemães temerem Hitler, e por fim o amaram. Nunca deixou de haver resistência na Alemanha, mesmo que ela se restringisse à oficiais do exército, como ficou claro no atentado a Hitler em 1944.  O que importa nesta questão é a diferença em relação aos hábitos políticos massificantes.

Quando se escolhe, se elege um representante com poderes absolutos anulamos nossa liberdade, embora esse ato seja ainda seja um ato de liberdade. Brecht não se iludiu com os benefícios do regime, muito menos com sua monstruosa ideologia. O nazismo foi antes determinado pela vontade do povo alemão do que pela crise econômica, o último exemplo cabal foi a divisão do parlamento alemão em 32, um ano antes a ascensão de Hitler, um terço dos deputados eram comunistas o outro terço nazista, o resto era dividido entre a social-democracia, conservadores e liberais. A derrota dos comunistas selou de morte o povo alemão, afinal eles elegeram Hitler.

 Hoje no Brasil o crescimento econômico, somado às politicas sociais, ao reajuste permanente do salário mínimo fazem-nos crer que vivemos um período de declínio da critica e de homogeneização ao centro da política. Todos parecem se tornar conservadores, entretanto as reintegrações de posse permanecem, seja no campo quanto nos centros urbanos, índios, sem tetos são as principais vítimas, existe também um massacre da população pobre e jovem. Assassinados sob o rótulo de guerra ao crime, mas seria um sintoma de conservadorismo achar que não exista resistência mesmo que na forma de poesia, música e memória, veja o último clip dos Racionais Mcs, realizado na ocupação urbana Mauá, sendo uma homenagem à vida do guerrilheiro Marighella.

  Então é de dentro das instituições burguesas através do mercado que surge a resistência, que o homem oprimido encontra a possibilidade de luta. A economia conforta os satisfeitos, os viciados, os saudáveis, mas nunca conforta o ser humano criativo e corajoso. Este tipo forma a memória do povo. São seu espírito de luta.